sábado, 1 de maio de 2010

Mancha de óleo no Golfo do México tem o dobro de São Paulo!

A Segurança Nacional do governo dos Estados Unidos está mobilizada para tentar conter a enorme mancha de óleo que se espalhou pelo Golfo do México e avança em direção a costa do Estado da Louisiana. A catástrofe ambiental aconteceu depois que a plataforma de petróleo de uma empresa britânica explodiu e afundou no mar há dez dias matando 11 trabalhadores.



Uma imagem captada pelo satélite de sensoriamento remoto Aqua, da Nasa, no dia 25 de abril, revelou a extensão da mancha localizada à direita do Delta do Rio Mississipi e a cerca de 80 quilômetros da costa da Louisiana. A mancha tem aproximadamente 170 km de comprimento por 72 km de largura, uma área quase duas vezes maior que a Região Metropolitana de São Paulo, que reune 39 municípios.

Na cena, o óleo derramado sobre o Golfo do México é bem fácil de ser observado por se tratar de uma área sob o brilho do sol, onde o reflexo nas águas dá uma aparência desbotada. Normalmente as marés negras são difíceis de serem detectadas pelos satélites. O brilho fino do óleo escurece ligeiramente o fundo já azul escuro do oceano.

A aproximação da mancha de óleo torna vulnerável e ameaça inúmeras espécies de aves e peixes na costa da Louisiana, que concentra 40% da área de pântanos do país. Segundo especialistas, o desastre ecológico poderá entrar para a história como um dos mais graves já registrados nos Estados Unidos. Isso sem falar no prejuízo econômico, a Luisiana é o primeiro produtor americano de camarões, eles são cultivados em enormes fazendas litorâneas.

A Guarda Costeira dos Estados Unidos estima que o equivalente a 5 mil barris de petróleo por dia estão sendo jogados na água do mar, bem mais do que o previsto inicialmente quando aconteceu a explosão. Nesta quinta-feira (29), o governo norte-americano declarou catástrofe nacional para tentar mobilizar mais recursos para conter o vazamento.

Em caráter emergencial foi realizada uma queima programada em parte da mancha para tentar contê-la quando sua distância chegou a apenas 40 quilômetros da costa norte-americana. A queima, entretanto, traz outros problemas, como a origem de grandes nuvens de fumaça e resíduos no mar.

Condições meteorológicas
A previsão da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) de que a mancha de óleo chegasse à costa da Louisiana até esta sexta-feira, se confirmou. A mudança na direção dos ventos ajudou a empurrar a mancha em direção ao sul dos Estados Unidos.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Nova descoberta permitirá melhorar sistema de alerta de tsunamis!

Atualmente, alertas de tsunamis são emitidos sempre que um violento terremoto acontece abaixo do leito submarino, mas a formação das ondas gigantes só pode ser confirmada quando de fato atingem a costa, tornando o trabalho de rastreamento um verdadeiro desafio. Agora, uma nova descoberta pode ajudar as autoridades a acompanhar melhor a posição das ondas, incrementando ainda mais os sistemas de alertas.



Estudando dados de diversas companhias de telecomunicações, o cientista Manoj Nair, ligado à Universidade do Colorado, descobriu que as ondas gigantes produzem sinais elétricos que se movem através do campo geomagnético terrestre e são induzidos nos cabos submarinos.

Através de modelos matemáticos, Nair e seus colegas puderam estimar o tamanho do campo elétrico gerado pelo tsunami criado em 2004 na Indonésia e estimaram que a força da águas induziu tensões de aproximadamente 500 milivolts (meio volt) no interior dos cabos. "Naturalmente, essa tensão é muito pequena se comparada a uma bateria de 9 volts, mas é grande o suficiente para ser distinguida do ruído de fundo em um dia magneticamente calmo", disse Nair.

Segundo o pesquisador, a monitoração das voltagens induzidas nos cabos permitirão melhorar o atual sistema de alertas, mas ressalva que ainda serão necessárias muitas pesquisas para isolar os sinais gerados pelas ondas daqueles oriundos de outras fontes naturais. De acordo com Nair, ruídos provenientes da alta atmosfera e da ionosfera podem atingir até 100 milivolts (um décimo de volt) e causar confusão com a tensão criada por tsunamis menores.

Normalmente, os tsunamis são criados por terremotos, deslizamentos, erupções vulcânicas ou queda de meteoritos que atingem o oceano. Apesar do grande volume de água deslocada, que se propaga a mais de 800 km por hora, são muito difíceis de serem detectados e podem passar despercebidos por barcos e bóias oceânicas, já que a anomalia na altura das águas é muito pequena em alto mar.

Para a detecção e acompanhamento dos tsunamis os pesquisadores utilizam a rede global de sismógrafos, que detecta os terremotos e um conjunto de bóias, sensores de profundidade e medidores de níveis, mas são considerados de utilidade limitada no acompanhamento das ondas. Coma descoberta de Nair, as voltagens induzidas nos cabos pode se tornar mais uma ferramenta no acompanhamento.

Desde 2004, após o tsunami o oceano Índico, o sistema de alertas foi expandido e incluiu mais 47 sensores de alta profundidade principalmente no oceano Pacífico.

Cientistas descobrem a corrente mais rápida do oceano profundo!

Uma importante descoberta vai ajudar os pesquisadores a monitorar os impactos das alterações do clima sobre os oceanos em todo o planeta. Cientistas australianos e japoneses descobriram uma densa corrente marítima com rápido movimento no oceano profundo da Antártida.



Segundo os pesquisadores, a corrente tem uma velocidade média de 20 cm por segundo e é a mais rápida já encontrada até hoje no oceano profundo. Com essa velocidade, a corrente movimenta mais de 12 milhões de metros cúbicos por segundo de água fria e salgada da Antártida.

"São as maiores velocidades que vimos até agora nesta profundidade, de três quilômetros abaixo da superfície, o que foi realmente uma surpresa para nós”, afirmou Steve Rintoul, um dos autores do estudo.

A corrente já havia sido identificada anteriormente, mas faltavam dados mais concretos para entender sua importância. "Nós não sabíamos se era uma parte significativa da circulação ou não, e isso mostra claramente que é," completou Steve Rintoul.

Foram usados equipamentos de medição ancorados a 4.5 km de profundidade no mar para registrar a velocidade da corrente, a temperatura da água e a salinidade durante dois anos.

As conclusões colocam essa corrente como parte fundamental no padrão global de circulação oceânica o que deve ajudar nas previsões climáticas. Os pesquisadores querem ainda melhorar as medições da velocidade e do volume da água salgada fria ao redor da Antártida. Todo o estudo foi publicado na última edição da revista Nature Geoscience.


Arte: O gráfico mostra a atuação das principais correntes oceânicas no globo. As correntes marítimas que se movem em direção ao equador são frias e as que se movem em direção aos pólos são quentes. A descoberta da nova corrente marítima, a mais rápida do oceano profundo, vai ajudar os cientistas a entenderem alterações climáticas ao redor do planeta.